terça-feira, 10 de março de 2009

Motivador de consumo

Desde o tempo da faculdade, tenho me incomodado com o uso abusivo da sexualidade na propaganda. No final do curso, resolvi aproveitar esse fator para usá-lo como tema da minha monografia e mostrar que grandes idéias nascem a todo momento e não deixam de ser brilhantes se não lançar mão desse apelo. Hoje, falarei sobre as campanhas que exageraram na dose.

O tema da minha dissertação foi “O apelo sexual na Publicidade como elemento motivador de consumo”. Tentei identificar o que estimula tanto as agências a utilizarem o erotismo em suas campanhas.

É fato que o apelo sexual atrai e alavanca as vendas, e como! O culto ao corpo e à imagem fez surgir uma cultura denominada hedonista. No Brasil, principalmente, o fenômeno é perfeitamente compreensível, dadas as nossas características culturais e o clima que favorecem a nudez. O fato de ser o país do carnaval, de praias paradisíacas e morenas exuberantes, sempre vestidas com roupas curtíssimas, fez com que a mulher brasileira virasse símbolo sexual; um fator que explica o emprego maciço da sexualidade na propaganda.

Dizem que cerveja vende porque tem mulher nua (ou quase). Cerveja, matrículas para academia, serviços de clínicas de estética, lingerie, perfumes, pacotes turísticos, propagandas de carro - ou ao menos a apresentação deles em lançamentos (sempre com a presença daquelas beldades que acabam roubando a cena no lugar do produto). Era um dos fortes fatores que vendia cigarros... Para o mercado, nada é mais funcional.

Muito do que se vê tem, sim, uma conotação sexual. Aliás, o homem contemporâneo vive “cercado” por sexo. Diretamente ou veladamente, milhares de propagandas estão focadas no culto ao corpo. O sucesso de determinadas marcas deve-se à eficiente ação de marketing que credita à esta indústria um dos motivadores maiores de consumo.

Apesar de o meu foco ser esse, analisar o lado ruim desse tipo de abordagem, identifiquei também outros elementos que, acredito, prendam a atenção do consumidor tanto quanto a valorização do sexo em uma campanha.
Aqui estão alguns exemplos de propagandas que trabalham com o “fenômeno erotismo”; a ousadia, onde o objetivo principal, na maioria das vezes, é “chocar”.



ellus jeans - multado.


Todas as propagandas da Tom Ford perfumes têm FORTE apelo sexual. Vejam outros exemplos no Google


A Du Loren sempre ousa e muita vezes causa polêmica com as fotos associadas ao slogan: "Você não imagina do que um Du Loren é capaz".


Academia Companhia Athlética

_________________________________________________________________No próximo post, falarei sobre formas menos abusivas de se fazer propaganda, apresentando outros modelos que conquistam igualmente o consumidor de modo mais simpático, respeitoso e menos escrachado.

4 comentários:

  1. O uso do apelo sexual é o caminho mais fácil de chocar. Achei o link da propaganda de cerveja sem o uso de apelo sexual:

    http://www.youtube.com/watch?v=S1ZZreXEqSY

    Beijo!

    ResponderExcluir
  2. Amorzinho, vi a propaganda e achei o máximo!! A cara dos homens vendo um ambiente cheio de cervejas é imperdível! rs... Aqui sim, o foco foi exclusivamente a bebida e não o corpo de uma mulher! Valeu o destaque! Bjs.

    ResponderExcluir
  3. Olá, Marianna,

    Estou escrevendo minha monografia sobre neuromaketing (uso de ferramentas da neurociência para melhor compreender a mente do consumidor) e o autor Martin Lindstrom, no livro A lógica do consumo (2009), afirma que "o sexo não vende nada além de si mesmo". Para ele, o apelo sexual, a beleza extrema e as celebridades, ao contrário do que se pensa, não atraem atenção de clientes.
    Verdade ou não, é um material que vale a leitura.

    Abraço,

    B. Lamas.

    ResponderExcluir
  4. Olá B! Obrigada pelo comentário! Mas será que a abordagem do autor é mesmo convincente? Preciso ler o livro para entender a opinião dentro de todo o contexto... ;)
    Adorei a dica! Leituras do ramo sempre me interessam.
    Um abraço pra vc e sucesso com a sua dissertação!

    ResponderExcluir